quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Resumo do livro "Vendo Vozes"

O livro "Vendo Vozes" conta sobre o mergulho que o autor Oliver Sacks fez no mundo da surdez. Se vocês gostarem do livro, podem comprar pelo link abaixo, e estarão comprando comigo.
 
 Oliver Sacks mergulhou no mundo da surdez e sua curiosidade o fez descobrir coisas interessantes referente ao desenvolvimento da pessoa surda e também a cultura surda. Percebe que os surdos que nascem em famílias ouvintes sofrem pela privação da comunicação.
"E ser deficiente na linguagem, para um ser humano, é uma das calamidades mais terríveis(...) ficaremos incapacitados e isolados, de um modo bizarro_sejam quais forem nossos esforços, desejos e capacidades inatas. E, de fato, podemos ser tão pouco capazes de realizar nossas capacidades intelectuais que parecemos deficientes mentais."
O livro explica um pouco da trajetória do uso das Línguas de Sinais, incluindo o absurdo ocorrido no Congresso de Milão, quando foi decidido abolir o uso da LS nas escolas, decisão tomada exclusivamente por ouvintes. Outro trecho interessante do livro:
"A língua deve ser adquirida o mais cedo possível, senão seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e prejudicado(...)No caso dos surdos, isso só pode ser feito por meio da Língua de Sinais."
Oliver conheceu vários surdos com trajetórias diferentes, eu vou citar apenas duas crianças. Joseph, 11 anos, foi diagnosticado até mesmo com autismo. Ele só não era compreendido pela falta da comunicação, por não ter sido estimulado como deveria. Quando Joseph começou a aprender sinais ficou tão maravilhado que não queria sair da escola.(Imagine seu filho se sentir mais acolhido na escola que na própria casa, onde vive incompreendido e excluído)
 Oliver observou a deficiência linguística em outras crianças também, a ingenuidade e ignorância de mundo. Além disso, ele percebeu que muitas "eram passivas, tímidas, sem espontaneidade, segurança, desenvoltura social_ pareciam menos animadas, menos afeitas à brincadeira do que deveriam ser."
Hoje não é muito diferente para muitos surdos que vivem isolados e marginalizados dentro da família e da sociedade. Observei essa características em muitas pessoas que conheci. Essa passividade, sendo dependentes dos outros, não tomando suas próprias decisões, como se para eles não houvesse opção a não ser seguir aquilo que os mandam fazer. O isolamento é muito cruel.

 O livro cita Vygotsky, que fala da zona de desenvolvimento proximal, o bebê aprende com os pais, e vai cada vez avançando mais. Diz também que a linguagem tem função social e intelectual.

 O livro nos apresenta então Charlotte, de 6 anos, surda congênita como Joseph. Mas ela é uma criança viva, feliz, esperta. Seus pais aprenderam LS assim que descobriram sua surdez, quando ela tinha apenas meses de vida. Parentes e amigos também aprenderam.
"Quando fui visitar Charlotte e sua família, a primeira coisa que me ocorreu é que eeles eram uma família- com muitas brincadeiras, vivacidade e perguntas, todos unidos."
Essa menina tinha um desenvolvimento normal, como qualquer ouvinte, porque ela recebeu os estímulos na idade correta.

 Outra coisa que gostei é que o livro menciona as adaptações ou compensações que o cérebro de um surdo faz, desenvolvendo habilidades que nós não temos. Mostra uma experiência com crianças que prova como o cérebro da pessoa surda faz adaptações para compensar a ausência da audição, tendo uma forma de ver as coisas diferente de nós, com habilidades que nós não possuímos.

 O livro termina contando um emocionante evento em março de 1988. Os surdos entraram em greve, se manifestaram, exigindo um reitor surdo para a Universidade de Gallaudet. Os surdos agora agora são protagonistas, começam a escrever sua própria história.
 Muitas coisas não poderia escrever aqui sem me estender demais, como uma ilha onde há muitos surdos, e que todos sabem Língua de Sinais... muitas outras histórias emocionantes. Leiam o livro!!! É maravilhoso. Assunto profundo explicado de uma forma simples.

Um comentário:

  1. Que diferença que faz a família abraçar a surdez e aprender a linguagem de sinais, deve ser um livro fascinante mesmo. Pri, estou deixando um recadinho aqui porque não consegui deixar no seu outro blog. Parece que o outro não aceita mais comentário do google, só google+. Acontece que eu não tenho conta google+ e prefiro evitar, então não leva a mal. Agradeço muito o seu apoio, também senti saudade dos blogs (meu e o seu) acho que esse compromisso com o blog faz com que a gente se comprometa mais com os objetivos também. Um grande abraço e vamos seguindo em frente.

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